sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Nematelmintos



NEMATELMINTOS

            Os nematelmintos têm como apomorfia (característica mais marcante do filo) as células renetes que constituem um sistema excretor com o formato da letra ‘’H’’. Sua simetria é bilateral e o tipo de sua cavidade corporal é o pseudoceloma (pseudocelomados).  Os nematelmintos também são triblásticos (três folhetos embrionários: ectoderme, mesoderme e endoderme).
 O sistema nervoso deles é centralizado e constituído por um anel nervoso. A digestão é inicialmente extracelular e ocorre, durante essa fase, nas porções anteriores do tubo digestório completo, que aparece pela primeira vez nesse filo. Depois, a digestão se torna intracelular com absorção de nutrientes e finalização. Os nematelmintos não possuem sistema circulatório e, por isso, o pseudoceloma transporta nutrientes, gases e substâncias tóxicas. A reprodução é sexuada com sexos separados (dioicos) e fecundação interna.




Figura 1 – Um nematelminto



Muitos nematoides são responsáveis por parasitoses que constituem os mais sérios problemas de saúde pública mundial. Vejamos as principais doenças:

            ASCARIDÍASE



            A lombriga (Ascaris lumbricoides) é um dos parasitas mais comuns no intestino de seres humanos. Onde não existe rede de coleta e tratamento de esgoto, os ovos com revestimento resistente contaminam o solo e a água. A infestação por lombrigas pode causar dores abdominais, reações alérgicas, obstrução do intestino e até perfuração da parede intestinal. As medidas profiláticas são compostas pelo acesso ao saneamento básico, à instalação de redes de água tratada e de coleta e ao tratamento de esgoto, assim como o uso de medidas de higiene pessoal, como lavar as mãos após usar o banheiro.







Figura 2 - Ascaris lumbricóides (macho e fêmea)

 

                  BICHO-GEOGRÁFICO ou larva migrans


                  As fezes de gatos e cães contendo ovos do verme Ancylostoma braziliensis contaminam o solo e geram larvas diminutas, capazes de penetrar pela pele não somente de cães e gatos, mas também de seres humanos. Nestes últimos, porém, as larvas não conseguem atingir os vasos sanguíneos e, consequentemente, não completam o seu ciclo de vida e nem causam sintomas graves. Assim, elas permanecem migrando nas camadas mais internas da pele, formando linhas de contorno irregular e de cor avermelhada. Daí o nome popular ‘’bicho-geográfico’’, ou larva migrans (larva migratória). Além das lesões na pele, ocorrem também irritações e coceiras nas áreas afetadas.




Figura 3 – Pessoa infectada pelo ‘’bicho-geográfico’’


            ANCILOSTOMOSE

         Conhecida também como ‘’amarelão’’, a ancilostomose é provocada, no Brasil, pelos vermes Ancylostoma duodenale e Necator americanus. A infestação ocorre quando larvas microscópicas perfuram e penetram a pele em contato com solo contaminado. Pela corrente sanguínea, as larvas chegam ao intestino grosso no qual amadurecem. Na reprodução, as fêmeas produzem milhares de ovos por dia, eliminados com as fezes. 
Ao eclodir, os ovos originam larvas que vivem no solo úmido, se desenvolvem e podem infestar outras pessoas. Os adultos do A. duodenale se alimentam do sangue do hospedeiro que é sugado através da perfuração feita com suas estruturas rígidas da boca na mucosa intestinal. Por isso, a presença de muitos vermes no intestino causa anemias graves, razão pela qual a doença é popularmente conhecida como ‘’amarelão’’. Para evitar a contaminação, é fundamental a instalação de redes de coleta e tratamento de esgotos em todas as áreas povoadas.



Figura 4 – Pessoa com ‘’amarelão’’ (atentem para a esclera amarelada)

FILARIOSE ou ELEFANTÍASE

            É a infestação ocorrida nos vasos sanguíneos e linfáticos, causada por nematoides de corpo filiforme (em forma de fio) e transmitida pela picada de mosquitos do gênero Culex no Brasil. Os vermes vivem no interior dos vasos linfáticos e sanguíneos, causando obstrução, reação inflamatória e edema (inchaço) na região afetada (daí o nome ‘’elefantíase’’). Os vermes da espécie Wuchereria bancrofti são os principais causadores da filariose na África e nas Américas.
As fêmeas, que são ovovivíparas, liberam microfilárias (formas jovens do verme), após a fecundação, nos capilares linfáticos e sanguíneos. O mosquito Culex ingere, ao picar uma pessoa infestada, sangue com as microfilárias. Quando ele volta a picar outro ser humano, as microfilárias penetram na pessoa pela ferida causada pelo mosquito e migram pelo corpo, fixando-se preferencialmente nas regiões abaixo da cintura. A elefantíase ocorre quando a pessoa é exposta a sucessivas infecções.





Figura 5 - Wuchereria bancrofti



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livro: Ser Protagonista Biologia – Volume 2, obra coletiva produzida por Edições SM
http://www.coladaweb.com/biologia/reinos/nematelmintos
http://www.tuasaude.com/bicho-geografico/
http://www.practicalscience.com/al.html
http://lombrigaemacarrao.blogspot.com.br/2015/07/amarelao.html

https://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=wuchereria+bancrofti&lang=3




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