NEMATELMINTOS
Os
nematelmintos têm como apomorfia (característica mais marcante do filo) as células renetes que constituem um
sistema excretor com o formato da letra ‘’H’’. Sua simetria é bilateral e o tipo de sua cavidade
corporal é o pseudoceloma (pseudocelomados). Os nematelmintos também são triblásticos (três folhetos
embrionários: ectoderme, mesoderme e endoderme).
O sistema nervoso deles é centralizado e
constituído por um anel nervoso. A
digestão é inicialmente extracelular e ocorre, durante essa fase, nas porções
anteriores do tubo digestório completo,
que aparece pela primeira vez nesse filo. Depois, a digestão se torna
intracelular com absorção de nutrientes e finalização. Os nematelmintos não
possuem sistema circulatório e, por isso, o pseudoceloma transporta nutrientes,
gases e substâncias tóxicas. A reprodução é sexuada com sexos separados (dioicos) e fecundação interna.
Figura
1
– Um nematelminto
Muitos
nematoides são responsáveis por parasitoses que constituem os mais sérios
problemas de saúde pública mundial. Vejamos as principais doenças:
ASCARIDÍASE
A
lombriga (Ascaris lumbricoides) é um
dos parasitas mais comuns no intestino de seres humanos. Onde não existe rede
de coleta e tratamento de esgoto, os ovos com revestimento resistente
contaminam o solo e a água. A infestação por lombrigas pode causar dores
abdominais, reações alérgicas, obstrução do intestino e até perfuração da
parede intestinal. As medidas profiláticas são compostas pelo acesso ao
saneamento básico, à instalação de redes de água tratada e de coleta e ao
tratamento de esgoto, assim como o uso de medidas de higiene pessoal, como
lavar as mãos após usar o banheiro.
Figura
2
- Ascaris lumbricóides (macho e fêmea)
BICHO-GEOGRÁFICO ou larva migrans
As fezes de gatos e cães contendo
ovos do verme Ancylostoma braziliensis
contaminam o solo e geram larvas diminutas, capazes de penetrar pela pele não
somente de cães e gatos, mas também de seres humanos. Nestes últimos, porém, as
larvas não conseguem atingir os vasos sanguíneos e, consequentemente, não
completam o seu ciclo de vida e nem causam sintomas graves. Assim, elas
permanecem migrando nas camadas mais internas da pele, formando linhas de
contorno irregular e de cor avermelhada. Daí o nome popular
‘’bicho-geográfico’’, ou larva migrans
(larva migratória). Além das lesões na pele, ocorrem também irritações e
coceiras nas áreas afetadas.
Figura
3
– Pessoa infectada pelo ‘’bicho-geográfico’’
ANCILOSTOMOSE
Conhecida
também como ‘’amarelão’’, a
ancilostomose é provocada, no Brasil, pelos vermes Ancylostoma duodenale e Necator
americanus. A infestação ocorre quando larvas microscópicas perfuram e
penetram a pele em contato com solo contaminado. Pela corrente sanguínea, as
larvas chegam ao intestino grosso no qual amadurecem. Na reprodução, as fêmeas
produzem milhares de ovos por dia, eliminados com as fezes.
Ao
eclodir, os ovos originam larvas que vivem no solo úmido, se desenvolvem e
podem infestar outras pessoas. Os adultos do A. duodenale se alimentam do sangue do hospedeiro que é sugado
através da perfuração feita com suas estruturas rígidas da boca na mucosa
intestinal. Por isso, a presença de muitos vermes no intestino causa anemias
graves, razão pela qual a doença é popularmente conhecida como ‘’amarelão’’. Para evitar a
contaminação, é fundamental a instalação de redes de coleta e tratamento de
esgotos em todas as áreas povoadas.
Figura
4
– Pessoa com ‘’amarelão’’ (atentem para a esclera amarelada)
FILARIOSE
ou ELEFANTÍASE
É a infestação
ocorrida nos vasos sanguíneos e linfáticos, causada por nematoides de corpo
filiforme (em forma de fio) e transmitida pela picada de mosquitos do gênero Culex no Brasil. Os vermes vivem no
interior dos vasos linfáticos e sanguíneos, causando obstrução, reação
inflamatória e edema (inchaço) na região afetada (daí o nome ‘’elefantíase’’).
Os vermes da espécie Wuchereria bancrofti
são os principais causadores da filariose na África e nas Américas.
As
fêmeas, que são ovovivíparas, liberam microfilárias
(formas jovens do verme), após a fecundação, nos capilares linfáticos e
sanguíneos. O mosquito Culex ingere,
ao picar uma pessoa infestada, sangue com as microfilárias. Quando ele volta a
picar outro ser humano, as microfilárias penetram na pessoa pela ferida causada
pelo mosquito e migram pelo corpo, fixando-se preferencialmente nas regiões
abaixo da cintura. A elefantíase ocorre quando a pessoa é exposta a sucessivas
infecções.
Figura
5
- Wuchereria bancrofti
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livro:
Ser Protagonista Biologia – Volume 2,
obra coletiva produzida por Edições SM
http://www.coladaweb.com/biologia/reinos/nematelmintos
http://www.tuasaude.com/bicho-geografico/
http://www.practicalscience.com/al.html
http://lombrigaemacarrao.blogspot.com.br/2015/07/amarelao.html
https://www.lookfordiagnosis.com/mesh_info.php?term=wuchereria+bancrofti&lang=3
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