Representação simplificada do que
foi o experimento de Francesco Redi
Assim, Francesco Redi quis provar que a Abiogênese de
Aristóteles estava errada, pois ficou claro, através do experimento feito, que
os vermes e moscas surgiam de um local externo, e não de um princípio ativo
presente na carne. Porém, Redi enfrentava a aceitação de uma teoria que estava
há muito tempo na mente das pessoas e, com a descoberta do microscópio nessa
época, estas se apoiaram nesse descobrimento afirmando que os microorganismos,
que puderam ser visualizados no microscópio, eram muito pequenos para se
reproduzir e, consequentemente, só poderiam ser gerados espontaneamente. Logo,
a teoria da Abiogênese foi parcialmente reabilitada.
3ª Teoria: TEORIA da BIOGÊNESE
O assunto ‘’origem da
vida’’ foi novamente debatido no final
do século XVIII. A Teoria da Biogênese é uma ideia defendida pelo cientista
francês Louis Pasteur (1822-
1895) que afirmava que todo ser vivo tem uma origem biológica e, assim sendo, a
geração espontânea é ‘’uma furada’’. No entanto, Pasteur não fez seu
experimento e concluiu sua teoria do nada. Ele baseou-se em duas experimentações
feitas por dois estudiosos anteriores a ele: John Needham (1713-1781) e Lazzaro Spallanzani (1729-1799).
JOHN NEEDHAM
Quando todos já estavam convencidos de que a Teoria
da Abiogênese era a correta, começa-se a realização de experiências com os
microorganismos, observados no microscópio, para provar que, de fato, os seres
vivos surgiam espontaneamente
Eis que surge, então, os caldos nutritivos de Needham. Mas o que eram esses
caldos? Caldos nutritivos eram simplesmente misturas de água com vários
nutrientes. E o que Needham fez com eles? Bom, ele colocou-os em frascos, e estes
foram aquecidos e deixados ao ar durante alguns dias. Então, ele observou que essas
infusões eram rapidamente invadidas por microrganismos. Desse modo, Needham
justificou esses resultados através da geração espontânea de microrganismos,
por ação do princípio vital de Aristóteles.
LAZZARO SPALLANZANI
Após a conclusão feita por John Needham, Spallanzani
tece suas críticas a respeito desta. Primeiro, Spallanzani alegou haver erros
no experimento de Needham, como o de o material utilizado já estar contaminado
por microorganismos e o de os frascos não terem sido fechados, o que, segundo o
que queria comprovar, fazia com que os microorganismos, vindos de fora, entrassem nesses recipientes.
Então, Lazzaro Spallanzani decidiu refazer
o experimento de John Needham.
A única diferença entre
os dois experimento é a de que, no de Spallanzani, os frascos foram vedados.
Então, Lazzaro pôde verificar que a proliferação de microrganismos era proporcional
ao contato com o ar, e interpretar estes resultados com o fato de o ar conter
ovos desses organismos. Logo, toda a vida proviria de outra,
preexistente.
Esse experimento, porém,
não derrubou a Abiogênese, e Needham não aceitou esses resultados, declarando
que a excessiva fervura teria destruído o princípio vital necessário para o
surgimento da vida, presente nas infusões.
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Ilustração
representando as experiências de Needham e Spallanzani
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LOUIS PASTEUR
Para resolver a polêmica/problema, que se manteve até 1862,
o francês Louis Pasteur refez o
experimento de Spallanzani e realizou o experimento do Frasco Pescoço de Cisne.
Com este, Pasteur pôs um fim definitivo à idéia da geração espontânea.
Mas como foi o experimento do Frasco Pescoço de Cisne? Ele foi assim: Pasteur colocou
infusões em balões de vidro, em contato com o ar. Alongou os pescoços dos
balões à chama, de modo que fizessem várias curvas. Ferveu os líquidos até que
o vapor saísse livremente das extremidades estreitas dos balões. Verificou que,
após o resfriamento dos líquidos, estes permaneciam inalterados, tanto em odor
como em sabor. No entanto, não se apresentavam contaminados por
microrganismos.
Para
eliminar o argumento de Needham, Pasteur quebrou alguns pescoços de balões,
verificando que imediatamente os líquidos ficavam infestados de organismos.
Concluiu, assim, que todos os microrganismos se formavam a partir de qualquer
tipo de partícula sólida, transportada pelo ar. Nos balões intactos, a
entrada lenta do ar pelos pescoços estreitos e encurvados provocava a deposição
dessas partículas, impedindo a contaminação das infusões.
Portanto, ficou comprovado, de uma vez por todas, que, nas
condições atuais, a vida surge SEMPRE
de outra vida, preexistente.
Experimento de
Louis Pasteur
COMO SURGIU A VIDA PELA PRIMEIRA VEZ?
Após certo tempo, no qual a Teoria
da Biogênese já era bem aceita, houve um questionamento importante: se todo ser
vivo se origina de outro preexistente, qual foi o primeiro? Para responder a
esse questionamento, outro grupo de teorias surgiu. Vejamos algumas delas.
1ª
Teoria: TEORIA COSMOZÓICA
No final do século XIX vários cientistas apresentaram a
hipótese de que a vida teria sido trazida de outro ponto do universo sob a forma
de esporos resistentes, nos meteoritos. A presença de matéria
orgânica em meteoritos encontrados na Terra tem sido usada como argumento a
favor desta teoria, o que não invalida a possibilidade de contaminação
terrestre, após a queda do meteorito. O único problema nessa Teoria é o de que
esta apenas transfere o problema da origem do primeiro ser vivo para outro
ponto do universo, o que não esclarece quem era esse ser e como se originou.
2ª Teoria: TEORIA da PANSPERMIA
CÓSMICA
Elaborada pelo físico sueco Arrhenius, essa Teoria era muito semelhante à citada
anteriormente. Na Teoria da Panspermia (sementes por todo o lado)
Cósmica, a vida se teria
originado em esporos impelidos por energia luminosa, vindos numa “onda” do
espaço exterior. Atualmente estas ideias caíram em descrédito, pois é difícil
aceitar que qualquer esporo resista á radiação do espaço, ao aquecimento da
entrada na atmosfera, etc.
A REVOLUÇÃO DE OPARIN
Apesar de toda a boa vontade envolvida, nenhuma dessas
teorias avança verdadeiramente no esclarecimento do problema, pois apenas
desloca a questão para outro local, não respondendo à questão
fundamental: Como surgiu a vida?
No entanto, em 1936, o russo Alexander Oparin formula
uma teoria revolucionária, que tentava explicar a origem da vida na Terra, sem
recorrer a fenômenos sobrenaturais ou extraterrestres. Sua hipótese se resume aos
seguintes fatos:
- Na atmosfera primitiva do
nosso planeta, existiriam metano, amônia, hidrogênio e vapor de
água. Sob altas temperaturas, em presença de faíscas elétricas e raios
ultravioletas, tais gases teriam se combinado, originando aminoácidos, que
ficavam flutuando na atmosfera. Com a impregnação de umidade da atmosfera,
começaram a ocorrer as chuvas, e os aminoácidos, então, eram arrastados
para o solo. Submetidos ao aquecimento prolongado, os aminoácidos
combinavam-se uns com os outros, formando proteínas;
- As
chuvas lavavam as rochas e conduziam as proteínas para os mares. Surgia
uma "sopa de proteínas" nas águas mornas dos mares
primitivos. As proteínas dissolvidas em água formavam colóides. Os
colóides se interpenetravam e originavam os coacervados. Os
coacervados eram compostos orgânicos muito complexos que podem ter formado
as primeiras células. Essas células pioneiras eram muito simples e ainda
não dispunham nem de ambiente adequado e nem de um equipamento enzimático
capaz de realizar a fotossíntese. Eram, portanto, heterótrofas, mas,
obviamente, como não havia outro ser do qual ele pudesse se alimentar,
realizava-se a fermentação
através do consumo da matéria orgânica que estava surgindo no planeta
Terra e da consequente produção de energia, que é feita pelos fungos. Só
mais tarde, com a liberação e acúmulo de CO2 (resíduo da fermentação), surgiram
as células autótrofas (que realizam fotossíntese)
mais evoluídas. E isso permitiu o aparecimento dos seres heterótrofos de respiração celular, pois, com a
fotossíntese, ocorreu a liberação e acúmulo de O2 no ambiente;
- Hoje
em dia, discute-se a composição química da atmosfera primitiva do nosso
planeta, preferindo alguns admitir que, em vez de metano, amônia,
hidrogênio e vapor de água, existissem monóxido de carbono, dióxido de
carbono, nitrogênio molecular e vapor d’ água.
Oparin não teve condições de provar
sua hipótese. Mas, em 1953, Stanley Miller, na Universidade de Chicago,
realizou em laboratório uma experiência. Colocou num balão de vidro: metano,
amônia, hidrogênio e vapor de água. Submeteu-os a aquecimento prolongado. Uma faísca
elétrica de alta tensão cortava continuamente o ambiente onde estavam contidos
os gases. Ao fim de certo tempo, Miller comprovou o aparecimento de
moléculas de aminoácido no interior do balão, que se acumulavam no tubo em
U.
Experimento feito
por Stanley Miller para reconstituir as
condições atmosféricas da Terra
primitiva e sintetizar a produção de aminoácidos
Pouco tempo depois, em 1957, Sidney Fox submeteu uma mistura
de aminoácidos secos a aquecimento prolongado e demonstrou que eles reagiam
entre si, formando cadeias peptídicas, com o aparecimento de moléculas protéicas
pequenas. Logo, conclui-se que as
experiências de Miller e Fox comprovaram a veracidade da hipótese revolucionária
de Oparin sobre a origem da vida na Terra.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
https://www.youtube.com/watch?v=xIqT3gDLGxE
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/origem_da_vida.php
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/origem_da_vida2.php
http://image.slidesharecdn.com/1scientificmethodpowerpoint-1231082944075438-2/95/1-scientific-method-power-point-12-728
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/upload/conteudo_legenda/10e49b45dce1015283b333be2f3a497c.jpg
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