segunda-feira, 4 de abril de 2016

Origem da Vida- Segundo a Biologia


A Origem da Vida - segundo a Biologia 

Teorias, teorias, e mais teorias. Muitas destas tentaram chegar à resposta de uma das questões mais polêmicas que permeou as ideias de vários cientistas das mais variadas épocas: qual é a origem da vida na Terra?

Pois bem, esse post irá apresentar uma síntese das teorias biológicas mais importantes que solucionaram essa dúvida de acordo com o que se acreditava, ou o que se queria acreditar, em séculos passados até a resposta mais aceita atualmente. Então, #partiu!

 

1ª Teoria: ABIOGÊNESE ou GERAÇÃO ESPONTÂNEA


Hipótese defendida, principalmente, por Aristóteles (384 - 322 a.C.) que dizia que a vida tem uma origem não biológica. Para ele, as coisas não vivas possuíam um princípio vital que faria coisas vivas surgirem. Por exemplo, os sapos não se geravam de outros sapos, mas sim espontaneamente através do princípio ativo presente no lodo dos lagos. Por mais que hoje pensamos nessa teoria como algo totalmente ilógico, na época de Aristóteles ela era muito válida e, por isso, ninguém contestava. Essa noção defendida por Aristóteles foi a mais acolhida até o século XIX, quando começaram a se questionar se as ideias aristotélicas eram verídicas, ou não.




2ª Teoria: TEORIA/ EXPERIMENTO de FRANCESCO REDI



No século XVII o médico e poeta italiano Francesco Redi (1626 - 1697), pôs-se contrário as ideias de Aristóteles, negando, assim, a existência do princípio ativo. Para ele, todos os organismos vivos surgiam a partir de inseminação por ovos, e não por geração espontânea.


           Para provar que estava certo Redi realizou a primeira experiência registrada a utilizar um controle em suas experiências (método). Ele colocou pedaços de carne em oito frascos e depois selou quatro deles e deixou os restantes quatro abertos, em contato com o ar. Dentro de alguns dias, observou-se que os frascos abertos estavam cheios de moscas e de outros vermes, enquanto que os frascos selados se encontravam livres de contaminação.  


Representação simplificada do que foi o experimento de Francesco Redi

Assim, Francesco Redi quis provar que a Abiogênese de Aristóteles estava errada, pois ficou claro, através do experimento feito, que os vermes e moscas surgiam de um local externo, e não de um princípio ativo presente na carne. Porém, Redi enfrentava a aceitação de uma teoria que estava há muito tempo na mente das pessoas e, com a descoberta do microscópio nessa época, estas se apoiaram nesse descobrimento afirmando que os microorganismos, que puderam ser visualizados no microscópio, eram muito pequenos para se reproduzir e, consequentemente, só poderiam ser gerados espontaneamente. Logo, a teoria da Abiogênese foi parcialmente reabilitada.

3ª Teoria: TEORIA da BIOGÊNESE

        O assunto ‘’origem da vida’’ foi novamente debatido no final do século XVIII. A Teoria da Biogênese é uma ideia defendida pelo cientista francês Louis Pasteur (1822- 1895) que afirmava que todo ser vivo tem uma origem biológica e, assim sendo, a geração espontânea é ‘’uma furada’’. No entanto, Pasteur não fez seu experimento e concluiu sua teoria do nada. Ele baseou-se em duas experimentações feitas por dois estudiosos anteriores a ele: John Needham (1713-1781) e Lazzaro Spallanzani (1729-1799).

 

JOHN NEEDHAM

 

            Quando todos já estavam convencidos de que a Teoria da Abiogênese era a correta, começa-se a realização de experiências com os microorganismos, observados no microscópio, para provar que, de fato, os seres vivos surgiam espontaneamente

Eis que surge, então, os caldos nutritivos de Needham. Mas o que eram esses caldos? Caldos nutritivos eram simplesmente misturas de água com vários nutrientes. E o que Needham fez com eles? Bom, ele colocou-os em frascos, e estes foram aquecidos e deixados ao ar durante alguns dias. Então, ele observou que essas infusões eram rapidamente invadidas por microrganismos. Desse modo, Needham justificou esses resultados através da geração espontânea de microrganismos, por ação do princípio vital de Aristóteles. 

LAZZARO SPALLANZANI

 

Após a conclusão feita por John Needham, Spallanzani tece suas críticas a respeito desta. Primeiro, Spallanzani alegou haver erros no experimento de Needham, como o de o material utilizado já estar contaminado por microorganismos e o de os frascos não terem sido fechados, o que, segundo o que queria comprovar, fazia com que os microorganismos, vindos de fora, entrassem nesses recipientes. Então, Lazzaro Spallanzani decidiu refazer o experimento de John Needham.

A única diferença entre os dois experimento é a de que, no de Spallanzani, os frascos foram vedados. Então, Lazzaro pôde verificar que a proliferação de microrganismos era proporcional ao contato com o ar, e interpretar estes resultados com o fato de o ar conter ovos desses organismos. Logo, toda a vida proviria de outra, preexistente. 

Esse experimento, porém, não derrubou a Abiogênese, e Needham não aceitou esses resultados, declarando que a excessiva fervura teria destruído o princípio vital necessário para o surgimento da vida, presente nas infusões. 

 




Ilustração representando as experiências de Needham e Spallanzani

 

                                                          LOUIS PASTEUR

Para resolver a polêmica/problema, que se manteve até 1862, o francês Louis Pasteur refez o experimento de Spallanzani e realizou o experimento do Frasco Pescoço de Cisne. Com este, Pasteur pôs um fim definitivo à idéia da geração espontânea.
Mas como foi o experimento do Frasco Pescoço de Cisne? Ele foi assim: Pasteur colocou infusões em balões de vidro, em contato com o ar. Alongou os pescoços dos balões à chama, de modo que fizessem várias curvas. Ferveu os líquidos até que o vapor saísse livremente das extremidades estreitas dos balões. Verificou que, após o resfriamento dos líquidos, estes permaneciam inalterados, tanto em odor como em sabor. No entanto, não se apresentavam contaminados por microrganismos. 
Para eliminar o argumento de Needham, Pasteur quebrou alguns pescoços de balões, verificando que imediatamente os líquidos ficavam infestados de organismos. Concluiu, assim, que todos os microrganismos se formavam a partir de qualquer tipo de partícula sólida, transportada pelo ar. Nos balões intactos, a entrada lenta do ar pelos pescoços estreitos e encurvados provocava a deposição dessas partículas, impedindo a contaminação das infusões.
Portanto, ficou comprovado, de uma vez por todas, que, nas condições atuais, a vida surge SEMPRE de outra vida, preexistente.

Experimento de Louis Pasteur


COMO SURGIU A VIDA PELA PRIMEIRA VEZ?


Após certo tempo, no qual a Teoria da Biogênese já era bem aceita, houve um questionamento importante: se todo ser vivo se origina de outro preexistente, qual foi o primeiro? Para responder a esse questionamento, outro grupo de teorias surgiu. Vejamos algumas delas.

1ª Teoria: TEORIA COSMOZÓICA

No final do século XIX vários cientistas apresentaram a hipótese de que a vida teria sido trazida de outro ponto do universo sob a forma de esporos resistentes, nos meteoritos. A presença de matéria orgânica em meteoritos encontrados na Terra tem sido usada como argumento a favor desta teoria, o que não invalida a possibilidade de contaminação terrestre, após a queda do meteorito. O único problema nessa Teoria é o de que esta apenas transfere o problema da origem do primeiro ser vivo para outro ponto do universo, o que não esclarece quem era esse ser e como se originou.

2ª Teoria: TEORIA da PANSPERMIA CÓSMICA


 Elaborada pelo físico sueco Arrhenius, essa Teoria era muito semelhante à citada anteriormente. Na Teoria da Panspermia (sementes por todo o lado) Cósmica, a vida se teria originado em esporos impelidos por energia luminosa, vindos numa “onda” do espaço exterior. Atualmente estas ideias caíram em descrédito, pois é difícil aceitar que qualquer esporo resista á radiação do espaço, ao aquecimento da entrada na atmosfera, etc. 

A REVOLUÇÃO DE OPARIN


Apesar de toda a boa vontade envolvida, nenhuma dessas teorias avança verdadeiramente no esclarecimento do problema, pois apenas desloca a questão para outro local, não respondendo à questão fundamental: Como surgiu a vida?
No entanto, em 1936, o russo Alexander Oparin formula uma teoria revolucionária, que tentava explicar a origem da vida na Terra, sem recorrer a fenômenos sobrenaturais ou extraterrestres. Sua hipótese se resume aos seguintes fatos:

  •  Na atmosfera primitiva do nosso planeta, existiriam metano, amônia, hidrogênio e vapor de água. Sob altas temperaturas, em presença de faíscas elétricas e raios ultravioletas, tais gases teriam se combinado, originando aminoácidos, que ficavam flutuando na atmosfera. Com a impregnação de umidade da atmosfera, começaram a ocorrer as chuvas, e os aminoácidos, então, eram arrastados para o solo. Submetidos ao aquecimento prolongado, os aminoácidos combinavam-se uns com os outros, formando proteínas;
  •  As chuvas lavavam as rochas e conduziam as proteínas para os mares. Surgia uma "sopa de proteínas" nas águas mornas dos mares primitivos. As proteínas dissolvidas em água formavam colóides. Os colóides se interpenetravam e originavam os coacervados. Os coacervados eram compostos orgânicos muito complexos que podem ter formado as primeiras células. Essas células pioneiras eram muito simples e ainda não dispunham nem de ambiente adequado e nem de um equipamento enzimático capaz de realizar a fotossíntese. Eram, portanto, heterótrofas, mas, obviamente, como não havia outro ser do qual ele pudesse se alimentar, realizava-se a fermentação através do consumo da matéria orgânica que estava surgindo no planeta Terra e da consequente produção de energia, que é feita pelos fungos. Só mais tarde, com a liberação e acúmulo de CO2 (resíduo da fermentação), surgiram as células autótrofas (que realizam fotossíntese) mais evoluídas. E isso permitiu o aparecimento dos seres heterótrofos de respiração celular, pois, com a fotossíntese, ocorreu a liberação e acúmulo de O2 no ambiente;
  • Hoje em dia, discute-se a composição química da atmosfera primitiva do nosso planeta, preferindo alguns admitir que, em vez de metano, amônia, hidrogênio e vapor de água, existissem monóxido de carbono, dióxido de carbono, nitrogênio molecular e vapor d’ água.
           Oparin não teve condições de provar sua hipótese. Mas, em 1953, Stanley Miller, na Universidade de Chicago, realizou em laboratório uma experiência. Colocou num balão de vidro: metano, amônia, hidrogênio e vapor de água. Submeteu-os a aquecimento prolongado. Uma faísca elétrica de alta tensão cortava continuamente o ambiente onde estavam contidos os gases. Ao fim de certo tempo, Miller comprovou o aparecimento de moléculas de aminoácido no interior do balão, que se acumulavam no tubo em U. 
 

 
     Experimento feito por Stanley Miller para reconstituir as condições atmosféricas da Terra  primitiva e sintetizar a produção de aminoácidos

     Pouco tempo depois, em 1957, Sidney Fox submeteu uma mistura de aminoácidos secos a aquecimento prolongado e demonstrou que eles reagiam entre si, formando cadeias peptídicas, com o aparecimento de moléculas protéicas pequenas. Logo, conclui-se que as experiências de Miller e Fox comprovaram a veracidade da hipótese revolucionária de Oparin sobre a origem da vida na Terra.

      REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

https://www.youtube.com/watch?v=xIqT3gDLGxE
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/origem_da_vida.php
http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/origem_da_vida2.php
http://image.slidesharecdn.com/1scientificmethodpowerpoint-1231082944075438-2/95/1-scientific-method-power-point-12-728
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/upload/conteudo_legenda/10e49b45dce1015283b333be2f3a497c.jpg

 

 

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