sábado, 10 de setembro de 2016

Processo de Independência das colônias Latino-Americanas



A América Latina ontem e hoje


O fim do processo de independência das colônias Latino-Americanas não trouxe visível transformação socioeconômica. Os países americanos permaneceram reféns da dependência econômica dos países europeus capitalistas, como a Inglaterra, assim como os privilégios da elite criolla se mantiveram durante muitos anos ocasionando diversos problemas na América Hispânica.
O sistema de República acabou mantendo as elites no poder. Isso justifica o fato de que não houve alterações administrativas e sociais na América. Os mais ricos continuavam governando, os mais pobres sofrendo. A sociedade dividida entre as castas de criollos, mestiços e pardos, ou entre índios e escravos negros o que ajudou para a perpetuação da desigualdade social, presente nos países até os dias atuais. Nas votações, os favorecidos eram os que já estavam no governo anteriormente, justamente pelo fato de antes estarem envolvidos no campo político e também possuírem relações que os auxiliavam a se manterem no poder. A elite também conseguia manter-se no poder com o sistema de compra de votos, que entrou em vigor com a presença da disparidade econômica da população.
Em 1826, ocorreu a Conferência do Panamá, onde a Bolívia convocou os outros países latinos para criar uma Confederação Pan-americana. Os Estados Unidos e a Inglaterra, porém, se opuseram a sua criação e isso ocasionou a grande fragmentação da América latina em quase 24 estados que eram governados pelos criollos, intensificando o fato de que as elites mantêm-se no poder. Outros fatores que contribuíram para a segmentação americana foram o isolamento geográfico das regiões, dificultando a comunicação e a interação política entre elas e também os interesses de cada uma, a divisão administrativa colonial, que colaborou para a individualidade de cada região, além de favorecer os fatores citados. Também se deve a ausência de integração econômica entre o continente, sendo um legado do pacto colonial que permitia apenas o comércio com a metrópole tornando estranho o comércio entre colônias e a própria divisão populacional.
Outra consequência trazida pela independência relaciona-se ao comércio latino. O processo de independência não trouxe melhorias econômicas. As colônias tinham que competir entre elas mesmas para definir quem comercializaria com a Europa e os Estados Unidos. Caso eles desenvolvessem a indústria, eles ainda teriam que competir com os produtos das experientes potências industriais. Isso ocasionou o empobrecimento de algumas regiões, sendo que essa realidade continua nas ex-colônias hispânicas. Enfraquecidas, as repúblicas acabaram por virar subordinadas à Europa novamente, fornecendo matérias-primas para a manutenção e expansão industrial e também consumindo os produtos dos países capitalistas. Isso acabou mantendo a estrutura colonial e, embora não estivessem presas a um pacto colonial, as ações eram as mesmas.
Em suma, podemos perceber que os movimentos de independência latino-americanos não acarretaram mudanças reais na sociedade de imediato. Muitos países encontram-se empobrecidos e com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), salvo algumas exceções, desde a época de independência. Além disso, o alto nível de desigualdade social está presente como uma realidade herdada do período colonial.

Referências Bibliográficas

Livro: Toda a história: história geral e história do Brasil, ARRUDA, José Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Editora Ática

Trabalho em conjunto de todas as autoras do blog

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