A América Latina ontem e hoje
O
fim do processo de independência das colônias Latino-Americanas não trouxe
visível transformação socioeconômica. Os países americanos permaneceram reféns
da dependência econômica dos países europeus capitalistas, como a Inglaterra,
assim como os privilégios da elite criolla
se mantiveram durante muitos anos ocasionando diversos problemas na América
Hispânica.
O
sistema de República acabou mantendo as elites no poder. Isso justifica o fato
de que não houve alterações administrativas e sociais na América. Os mais ricos
continuavam governando, os mais pobres sofrendo. A sociedade dividida entre as
castas de criollos, mestiços e
pardos, ou entre índios e escravos negros o que ajudou para a perpetuação da
desigualdade social, presente nos países até os dias atuais. Nas votações, os
favorecidos eram os que já estavam no governo anteriormente, justamente pelo
fato de antes estarem envolvidos no campo político e também possuírem relações
que os auxiliavam a se manterem no poder. A elite também conseguia manter-se no
poder com o sistema de compra de votos, que entrou em vigor com a presença da
disparidade econômica da população.
Em
1826, ocorreu a Conferência do Panamá, onde a Bolívia convocou os outros países
latinos para criar uma Confederação Pan-americana. Os Estados Unidos e a
Inglaterra, porém, se opuseram a sua criação e isso ocasionou a grande
fragmentação da América latina em quase 24 estados que eram governados pelos criollos, intensificando o fato de que
as elites mantêm-se no poder. Outros fatores que contribuíram para a
segmentação americana foram o isolamento geográfico das regiões, dificultando a
comunicação e a interação política entre elas e também os interesses de cada
uma, a divisão administrativa colonial, que colaborou para a individualidade de
cada região, além de favorecer os fatores citados. Também se deve a ausência de
integração econômica entre o continente, sendo um legado do pacto colonial que
permitia apenas o comércio com a metrópole tornando estranho o comércio entre
colônias e a própria divisão populacional.
Outra
consequência trazida pela independência relaciona-se ao comércio latino. O
processo de independência não trouxe melhorias econômicas. As colônias tinham
que competir entre elas mesmas para definir quem comercializaria com a Europa e
os Estados Unidos. Caso eles desenvolvessem a indústria, eles ainda teriam que
competir com os produtos das experientes potências industriais. Isso ocasionou
o empobrecimento de algumas regiões, sendo que essa realidade continua nas
ex-colônias hispânicas. Enfraquecidas, as repúblicas acabaram por virar
subordinadas à Europa novamente, fornecendo matérias-primas para a manutenção e
expansão industrial e também consumindo os produtos dos países capitalistas.
Isso acabou mantendo a estrutura colonial e, embora não estivessem presas a um
pacto colonial, as ações eram as mesmas.
Em
suma, podemos perceber que os movimentos de independência latino-americanos não
acarretaram mudanças reais na sociedade de imediato. Muitos países encontram-se
empobrecidos e com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), salvo algumas
exceções, desde a época de independência. Além disso, o alto nível de desigualdade
social está presente como uma realidade herdada do período colonial.
Referências Bibliográficas
Livro: Toda a história: história geral e história
do Brasil, ARRUDA, José Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Editora Ática
Trabalho em conjunto de todas as autoras do blog
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