sábado, 10 de setembro de 2016

Segunda Guerra Mundial



O Projeto Manhattan


No dia 6 de agosto de 1945 caia sobre a cidade japonesa de Hiroshima a primeira bomba atômica lançada no mundo. A chamada Little Boy. Ela era resultado, porém, de um Projeto muito maior.
O Projeto Manhatan foi organizado pelo governo estadunidense. Ele iniciou-se em 1941, com o desejo de superar a Alemanha. Os Estados Unidos acreditava que esse país estava em posse de armas nucleares.
Esse programa secreto, que levou ao desenvolvimento das bombas atômicas, foi dirigido pelo físico J. Robert Oppenheimer.
Entretanto, duas bombas foram feitas. No dia 9 de agosto de 1945 caia sobre outra cidade japonesa uma nova arma nuclear, dessa vez em Nagasaki. Ela fora apelidada de Fat Man.
A maioria das pessoas conhece esse fato. Mas, principalmente, as pessoas que vivem ainda hoje em Hiroshima e Nagasaki lembram-se do que houve há 70 anos. O que houve naqueles dias é, de fato, inesquecível. É mais fácil lembrar que milhões de pessoas morreram. Contudo é difícil pensar na vida dos que sobreviveram às bombas.
Toda a população das cidades sofreu as consequências do Projeto Manhatan. E o resto do mundo deveria conhecer as mesmas e refletir sobre o impacto que elas exercem sobre suas vidas.
Esse artigo tem como objetivo citar as consequências do Projeto Manhatan para as cidades, mostrar como as pessoas passaram a viver após as bombas e o que a radioatividade trouxe para a vida cotidiana dos sobreviventes.

A PROPAGAÇÃO DA RADIAÇÃO

            As duas Bombas Atômicas, tanto em Hiroshima quanto em Nagasaki, explodiram no ar. Os cálculos feitos diziam que, se as bombas explodissem no chão, causariam estragos somente na área que ela caísse. Mas, se explodisse no ar, a radioatividade iriam se expandir e os efeitos seriam sentidos em uma área maior.
            No dia 6 de Agosto de 1945, a bomba apelidada de Little Boy, cuja tradução seria “garotinho”, explodiu em Hiroshima a 580 metros de altura e não formou nenhuma cratera. Todavia formou-se uma grande bola de fogo no céu, com uma temperatura de aproximadamente 300 mil graus Celsius, que gerou uma nuvem de fumaça em formato de cogumelo.
Estima-se que tenham morrido nesse dia mais de 140 mil pessoas. Porém, os efeitos que se propagaram com a explosão fez com que os que sobreviveram à explosão sofressem os efeitos da radioatividade.
O patologista americano Harry Muller, pertencente a uma equipe de investigação após a guerra, fez o seguinte relato: “Junto com o clarão de luz houve uma instantânea onda de calor [...] sua duração foi provavelmente de um décimo de segundo, mas sua intensidade foi o suficiente para que objetos inflamáveis mais próximos [...] ficassem em chamas, os postes fossem lançados a 4 mil jardas (3568 metros), o granito se enrugasse, a uma distância de 1300 jardas (1189 metros) de distância.”
Depois de 20 a 30 minutos da explosão, a poeira e a fuligem espalhadas no céu de Hiroshima começaram a cair em forma de chuva sobre a cidade. Essa chuva atingiu um raio de 29 quilômetros, a partir do hipocentro, soltando todo o material radioativo que havia explodido no ar.
A temperatura na cidade despencou drasticamente, e as pessoas sobreviventes tremiam de frio em pleno verão. Muitos beberam aquela chamada chuva negra concluindo que fosse uma chuva normal, e a radiação presente nela gerou efeitos catastróficos.
Em consequência desta chuva negra, os peixes em tanques e rios morreram, a vegetação encontrava-se devastada e por onde ela tenha caído grandes tragédias foram o resultado.
Após três dias, no dia 9 de Agosto de 1945, uma nova bomba foi lançada contra o Japão, na cidade de Nagasaki, sendo esta mais forte do que foi a bomba de Hiroshima. Ela era chamada Fat Man, que significa “homem gordo”.
As bombas receberam esses nomes, Little Boy e Fat Man, devido ao formato delas.
A bomba não tinha como alvo a cidade de Nagasaki, mas sim uma cidade vizinha. Contudo a bomba era mais pesada que a usada três dias antes e o avião que a lançaria estava ficando sem combustível, e por essa razão tiveram de lança-la o mais imediatamente possível, errando assim o alvo original e também a cidade de Nagasaki, pois ela explodiu em um vale.
A explosão ocorreu a 600 metros de altura para maximizar os danos que a bomba causaria devido ao tempo ruim, já que não ocasionaria o mesmo efeito. Não houve tempestade de fogo, mas uma terrível destruição.
Devido à topografia de Nagasaki, localizada entre montanhas, os maiores efeitos de irradiação da bomba forma impedidos. Contudo, mais de 40 mil pessoas morreram e ainda outras milhares em consequência da radiação das bombas.
Muitas superfícies mantiveram a marca de, por exemplo, pessoas, construções, etc. Isso ocorreu devido ao calor e a força da explosão. Essas marcas são denominadas “sombra nuclear”. Esses casos ocorreram após as explosões das duas bombas.
Ambas as exemplificações dos acontecimentos demonstram o desejo de atingir o máximo de pessoas possíveis. As pessoas que sobreviveram receberam grandes efeitos radioativos, além dos traumas que as explosões causaram em suas memórias.

A POPULAÇÃO

Uma bomba atômica é descontrolada, não tem limites, é um suicido coletivo. As pessoas que morrem no local podem até evaporar. O impacto térmico . Elas também podem morrer ao serem lançadas Vamos supor que caia uma bomba atômica em Seul, na Coreia do Sul. Podem morrer 100 mil pessoas de uma só vez. Tudo que sobrar ficará contaminado. Não só lá, mas em toda a Terra.” Adonis Marcelo Salib, pesquisador em tecnologia nuclear do Ipen (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares).
O lançamento das bombas foi um dos maiores crimes de guerras já ocorrido na história da humanidade. Aviões estadunidenses armados com bombas de potências nucleares atacaram umas das cidades mais populosas do Japão. Hiroshima foi atingida e isso decretou a morte de 150 mil japoneses, sendo 130 mil civis e 20 mil militares.
Porém, o terror não parou. Apenas 3 dias depois Nagasaki foi atingida por uma outra bomba de grande poder nuclear. A bomba matou aproximadamente 175 mil habitantes.
De acordo com Peter Scowen, o exército japonês enviou um fotógrafo, Yosuke Yamahata, para fotografar Nagasaki após o bombardeio. E ele pode perceber o quanto as bombas causaram consequências grandiosas. Viu mães amamentando crianças em condições deploráveis, queimadas e assustadas.
As pessoas que sobreviveram ao ataque direto das bombas, que são chamas no Japão de Hibakushas, passaram a sofrer com questões psicológicas. A perda de seus familiares, amigos e conhecidos não seria algo fácil para cada um deles. 
Mães perderam seus filhos, crianças ficaram órfãs, irmãos foram separados e amigos foram perdidos, por causa de uma insaciável sede de vingança dos Estados Unidos pelo ataque que sofreram em Pearl Harbor.
Há depoimentos de pessoas que se arrependeram por não ter salvo as pessoas que pediam socorro devido ao sentimento de assombro e medo. Outros em que escolas, onde estudavam dezenas de crianças, foram completamente destruídas e apenas poucos sobreviveram.
Após esse terrível ataque, o Japão completamente destruído se rendeu perante os Estados Unidos na guerra. Todo o Japão sofreu com as perdas de suas populações. Tamanha violência sofrida por Hiroshima e Nagasaki chocou e ainda choca o mundo.
Com o tamanho dos estragos, a maioria dos países com medo de ataques semelhantes assinou um Tratado onde não perderiam fabricar armas de poderio nuclear.



AS DOENÇAS
           
Infelizmente não aconteceram apenas problemas emocionais nas pessoas. Não foi apenas algo que não sairia da mente delas. Algo mais grave aconteceu aos Hibakushas, sobreviventes da bomba.
            Grande parte dos sobreviventes foi atingida pela radiação emitida pela bomba. Isso provocou a morte lenta e dolorosa de milhares de japoneses. A radiação atingiu as células humanas e acabou ocasionando o mau funcionamento delas, desencadeando graves problemas.
Os efeitos dependem da quantidade de material radioativo que os tecidos absorvem e o quão profundo ela penetra. Se a penetração for a um grau mais baixo, pode causar náuseas e vômito. Outros efeitos causados e que são considerados menos graves são as queimaduras na pele.
Os efeitos considerados mais graves são aqueles denominados somáticos. Esse poderia ser exemplificado pelo consumo da chuva negra. São causados quando a penetração dos raios é mais forte e também quando a pessoa está sujeita a ela por um longo espaço de tempo.
Nesse tipo de caso, são registradas doenças mais graves. Houve entre os sobreviventes da bomba diversos casos de pessoas com câncer, devido à alteração nas células, esterilidade e outros registros ainda mais graves como mutações genéticas.
Além dos problemas causados pela radiação em si muitas pessoas sofreram com a situação de serem atingidas pelos estilhaços de vidro vindo dos prédios que caíram e com os soterramentos em função da queda dos mesmos. Isso causou ferimentos graves e um maior sofrimento para as vítimas.
Isso mostra como não somente os mortos foram as vítimas da bomba atômica, mas também quem se manteve de pé.

AS MUTAÇÕES

As mutações genéticas (ou gênicas) são alterações que ocorrem no DNA, no material genético. Essas mutações são hereditárias, ou seja, passam de pai para filho. As mutações por radiações são muito raras.
As mais frequentes foram registradas pela radiação que permanecia no solo japonês após o lançamento das bombas, que ocorreu com plantas e animais. Em seres humanos não houve mudança de forma.
A liberação de radiação pelas bombas atômicas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki acabou induzindo uma espécie de mutação no material genético se algumas pessoas atingidas pela radiação da bomba.
Quando ela entra em contato com um tecido biológico (à exemplo do DNA) acaba resultando em um grande número de ionizações. Os átomos perdem elétrons que passam a se mover cada vez mais rápido. Esses elétrons carregam negativamente outros átomos, tonando-se íons.
Isso tudo resulta em cadeias de íons, que precisam ser neutralizados. As mutações são resultados das reações químicas quando esses íons finalmente tornam-se neutros.
Cada caso de mutação decorrente da radiação das bombas atômicas acarretou problemas para os descendentes futuros dessas pessoas. A principal forma de mutação registrada foram as deformações nos corpos. Mas os descendentes dessa geração sofreram com doenças como a Síndrome de Down e outros problemas cerebrais.
Percebe-se que não foram apenas as pessoas que viveram na época que sofreram com os efeitos, mas as gerações futuras também. São grandes e complexas as consequências da radiação.

HIROSHIMA E NAGASAKI HOJE
           
Há em Hiroshima o chamado Memorial da Paz (também chamada de Cúpula da Bomba Atômica). O prédio era originalmente a sede da Exposição Comercial da Prefeitura de Hiroshima, construída em 1915.
Quando a cidade foi reconstruída, os governantes decidiram manter essa construção do modo que estava, em 1966. E assim, a Cúpula Genbaku foi transformada em um Memorial da Paz. Porém só em 1996 ele foi transformado em Patrimônio Cultural.
Entre os japoneses, a tragédia nunca foi esquecida. O memorial é prova disso. Mas no mundo a tragédia só ganhou importância quanto aos números de mortos. As pessoas que ficaram vivendo nas cidades não são lembradas.
O grupo, após diversas pesquisas, concorda que são necessárias análises e um maior conhecimento sobre o assunto, pois este não deveria ser esquecido. Deveria ser como um memorial em nossas vidas. Para que isso nunca mais se repita.
Em frente a Cúpula da Bomba Atômica há uma tocha acesa. Para os japoneses, ela só será apagada quando a última bomba atômica no mundo for destruída. Isso nos fez refletir.
Nós não precisamos de mais cidades como Hiroshima e Nagasaki. Nem de construir mais memoriais. Isso não será necessário se tivermos a consciência do que o projeto Manhatan trouxe como consequência.




BIBLIOGRAFIA


http://www.if.ufrgs.br/cref/radio/capitulo5.htm 
http://www.coladaweb.com/historia/bomba-de-hiroshima-e-nagasaki
http://viagemnaguerra.blogspot.com.br/2012/11/mutacoes-geneticas.htmlhttp://noticias.r7.com/saude/para-sobreviventes-de-bomba-atomica-consequencia-pode-ser-cancer-osseo-com-dor-insuportavel-10042013http://www.infoescola.com/japao/memorial-da-paz-de-hiroshima/http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/hiroshima-e-nagasaki-bombas-e-terror.htm http://noitesinistra.blogspot.com.br/2014/09/as-sombras-de-hiroshima.html#.VblL2_lViko
 

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