O romance em letras
O
romance brasileiro iniciou-se no Século XIX, e até hoje enxergamos a sua marca
na sociedade. O movimento literário foi dividido em três gerações: indianismo,
ultrarromantismo e poesia social. Uma das mais importantes delas é o
ultraromantismo, pois foi nela que o Brasil possuiu títulos e grandes nomes,
como Álvares de Azevedo e Fagundes Varela, ficaram conhecidos nesse período.
Os
principais temas do romantismo brasileiro eram relacionados a amor, morte e
nativismo. Nos poemas indianistas, encontram-se textos voltados para temas como
a natureza, pátria e povo e uma das obras que podemos citar é o poema Juca-Pirama, de Gonçalves Dias, um dos
principais autores indianistas. A Poesia Social é, de longe, uma geração bem
diferente. Tratava de temas como escravidão e que buscavam contribuir
socialmente, de modo subjetivo e sentimental. Um dos principais nomes nessa
poesia é Castro Alves, que escreveu Os
Escravos.
O
ultarromantismo, sendo a segunda geração, tem como principal característica o
excesso de sentimentalismo. Os principais temas relacionados a isso são o amor
idealizado, morte, solidão, sofrimento e melancolia. Ligado a esses temas, a
sedução causada pela morte era frequente nos escritos literários. A morte era
relacionada ao fim do sofrimento que era a vida e a divisão entre o desejo de
amar e de morrer eram comuns. Até mesmo a mulher era
representada como uma figura associada à morte e era demonstrada a beleza dessa
imagem feminina. A segunda geração também fora marcada pelo “mal do século”, os
suicídios, devido às paixões que não eram concretizadas e ao sofrimento do
homem frente ao amor.
Entre temas de amor e morte, destacamos um
fator importante para construção dos textos, a linguagem. Embora uma
característica do romantismo seja certa liberdade formal, os poetas e
românticos utilizavam-se de algumas palavras consideradas mais “informais” para
os parâmetros da escrita, com o objetivo de auxiliar nas construções dos temas.
As palavras, muitas vezes relacionadas à morte, eram recorrentes para registrar
uma visão pessimista e também para caracterizar uma beleza feminina diferente
de qualquer outra forma já feita pela Literatura.
Dentro
dessa geração, podemos destacar autores como Manuel Antônio Álvares de Azevedo,
que usava da ironia para explorar certas angústias do amor. Ele escreveu dos
seus 16 aos 21 anos e parou devido à tuberculose, que o matou em 1852. Álvares
de Azevedo era ligado a temas como ironia, amor e morte, principalmente sobre
os desesperados por amor. Esse próprio tema era tratado de duas formas: da
irônica e da séria.
Destacamos
duas obras dele que são mais conhecidas, A
Lida dos Vinte Anos (dividida em três partes) e Noite na Taverna. No primeiro, podemos enxergar bem a sua divisão
entre a ironia e o romance. Podemos enxergar o sentimento e o egocentrismo do
Romantismo, mas também um sarcasmo em relação aos amores que não dão certo. Já
no segundo, podemos observar os vícios da época, como as bebidas e os jogos,
relacionados ao sentimento de culpa, além da erotização dos vínculos amorosos. Nessa
obra, temos a perspectiva mais macabra desse autor, caracterizada pelo clássico
do romantismo, a ligação entre amor e morte.
Outro autor
importante do ultrarromantismo foi Casimiro
José Marques de Abreu, que foi um dos poetas mais populares brasileiros. O seu
popularismo estava diretamente relacionado à sua forma de escrita. Os seus
poemas chegam até a ser considerados “fofos”, devido à suavidade e aos versos
meigos. Os temas eram mais voltados à ideia de saudade, onde o amor era ligado
à sensualidade e sentimentalismo, exatamente o contrário dos escritos de
Álvares de Azevedo.
Sua linguagem branda e o modo sensível com
que tratava os temas de infância, pátria, saudade, solidão, natureza e, é
claro, o amor também explicam a popularidade deste autor, principalmente entre
o povo feminino. A segunda geração também lhe trouxe recursos ligados aos
ritmos, musicalidade e as variações métricas, embora este tipo de poema não
tenha feito grandes modificações no Romantismo brasileiro. A sua principal
obra, conhecida até hoje, é o poema Meus
oito anos, em que o tema de saudade é tratado fortemente em torno do
sentimentalismo.
O principal legado que ainda enxergamos do
movimento literário nos dias de hoje são nas músicas. Mesmo as mais antigas ou
nas mais novas, temas de saudade, amor idealizado, saudade da mulher amada,
sofrimento por não ter este amor concretizado são usuais nas letras de músicas.
Podemos citar músicas como Sábia, de
Chico Buarque, A Viagem, de Roupa
Nova e De Janeiro a Janeiro, de Roberta Campos. Também é valoroso
mencionar o famoso estilo “sofrência” em que este sofrimento pelo amor
inalcançável, da mulher que não dá atenção ao seu amor é explicito nos versos
de diversas canções. Podemos mencionar Amo
noite e dia, de Jorge e Matheus, Porque
homem não chora, de Pablo e A flor e
o Beija-Flor, de Henrique e Juliano.
Vários autores ainda seguem linhas do
romantismo também. Os livros que circulam, embora por muitos não sejam
considerados Literatura, possuem uma visão de final feliz presente em diversos
clássicos literários, além de temas de solidão e, sobretudo, amor. Este,
talvez, tenha sido um dos principais legados do romantismo, mais livros
incríveis para ler. Outra contribuição importante dela é a busca por temas
relacionados a sociedade, a políticas e aos problemas que a sociedade sofre.
Enfim, podemos destacar algumas obras
interessantes para a leitura. Há vários clássicos importantes, como Romeu e Julieta, Otelo e Sonhos de uma noite de verão, de Wiliam
Shakespeare, Senhora e Diva, de José de Alencar ou A Moreninha, de Joaquim Manoel de
Macedo. E também há vários romances da atualidade, como os de Nicholas Sparks que
é um grande representante dessa linha, embora nem todos os seus finais sejam
considerados felizes. Podemos mencionar Um
amor para recordar e A última música.
Além de outros autores, como John Green, autor
de A Culpa das estrelas e Will e Will, Shannon Hale, autora de Academia de Princesas e O livro dos mil dias e de Clarisse
Lispector, autora de A Hora das Estrelas
e Laços de Família.
Referências
Bibliográficas:
Livros:
LUIZA M. ABAURRE,
MARIA; BERNADETE M. ABAURRE, MARIA; PONTARA, MARCELA. Português: Contexto, interlocução e sentido. 2ª Edição, São Paulo:
Moderna, 2013. 400p.
CEREJA, WILLIAM;
COCHAR, THEREZA. Literatura brasileira,
em diálogo com outras literaturas e outras linguagens. 5ª Edição, São
Paulo: Atual, 2013. 592p.
Sites:
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