sábado, 4 de junho de 2016

Romantismo



O romance em letras

O romance brasileiro iniciou-se no Século XIX, e até hoje enxergamos a sua marca na sociedade. O movimento literário foi dividido em três gerações: indianismo, ultrarromantismo e poesia social. Uma das mais importantes delas é o ultraromantismo, pois foi nela que o Brasil possuiu títulos e grandes nomes, como Álvares de Azevedo e Fagundes Varela, ficaram conhecidos nesse período.
Os principais temas do romantismo brasileiro eram relacionados a amor, morte e nativismo. Nos poemas indianistas, encontram-se textos voltados para temas como a natureza, pátria e povo e uma das obras que podemos citar é o poema Juca-Pirama, de Gonçalves Dias, um dos principais autores indianistas. A Poesia Social é, de longe, uma geração bem diferente. Tratava de temas como escravidão e que buscavam contribuir socialmente, de modo subjetivo e sentimental. Um dos principais nomes nessa poesia é Castro Alves, que escreveu Os Escravos.
O ultarromantismo, sendo a segunda geração, tem como principal característica o excesso de sentimentalismo. Os principais temas relacionados a isso são o amor idealizado, morte, solidão, sofrimento e melancolia. Ligado a esses temas, a sedução causada pela morte era frequente nos escritos literários. A morte era relacionada ao fim do sofrimento que era a vida e a divisão entre o desejo de amar e de morrer eram comuns. Até mesmo a mulher era representada como uma figura associada à morte e era demonstrada a beleza dessa imagem feminina. A segunda geração também fora marcada pelo “mal do século”, os suicídios, devido às paixões que não eram concretizadas e ao sofrimento do homem frente ao amor.
Entre temas de amor e morte, destacamos um fator importante para construção dos textos, a linguagem. Embora uma característica do romantismo seja certa liberdade formal, os poetas e românticos utilizavam-se de algumas palavras consideradas mais “informais” para os parâmetros da escrita, com o objetivo de auxiliar nas construções dos temas. As palavras, muitas vezes relacionadas à morte, eram recorrentes para registrar uma visão pessimista e também para caracterizar uma beleza feminina diferente de qualquer outra forma já feita pela Literatura.
Dentro dessa geração, podemos destacar autores como Manuel Antônio Álvares de Azevedo, que usava da ironia para explorar certas angústias do amor. Ele escreveu dos seus 16 aos 21 anos e parou devido à tuberculose, que o matou em 1852. Álvares de Azevedo era ligado a temas como ironia, amor e morte, principalmente sobre os desesperados por amor. Esse próprio tema era tratado de duas formas: da irônica e da séria.
Destacamos duas obras dele que são mais conhecidas, A Lida dos Vinte Anos (dividida em três partes) e Noite na Taverna. No primeiro, podemos enxergar bem a sua divisão entre a ironia e o romance. Podemos enxergar o sentimento e o egocentrismo do Romantismo, mas também um sarcasmo em relação aos amores que não dão certo. Já no segundo, podemos observar os vícios da época, como as bebidas e os jogos, relacionados ao sentimento de culpa, além da erotização dos vínculos amorosos. Nessa obra, temos a perspectiva mais macabra desse autor, caracterizada pelo clássico do romantismo, a ligação entre amor e morte.
Outro autor importante do ultrarromantismo foi Casimiro José Marques de Abreu, que foi um dos poetas mais populares brasileiros. O seu popularismo estava diretamente relacionado à sua forma de escrita. Os seus poemas chegam até a ser considerados “fofos”, devido à suavidade e aos versos meigos. Os temas eram mais voltados à ideia de saudade, onde o amor era ligado à sensualidade e sentimentalismo, exatamente o contrário dos escritos de Álvares de Azevedo.
Sua linguagem branda e o modo sensível com que tratava os temas de infância, pátria, saudade, solidão, natureza e, é claro, o amor também explicam a popularidade deste autor, principalmente entre o povo feminino. A segunda geração também lhe trouxe recursos ligados aos ritmos, musicalidade e as variações métricas, embora este tipo de poema não tenha feito grandes modificações no Romantismo brasileiro. A sua principal obra, conhecida até hoje, é o poema Meus oito anos, em que o tema de saudade é tratado fortemente em torno do sentimentalismo.
O principal legado que ainda enxergamos do movimento literário nos dias de hoje são nas músicas. Mesmo as mais antigas ou nas mais novas, temas de saudade, amor idealizado, saudade da mulher amada, sofrimento por não ter este amor concretizado são usuais nas letras de músicas. Podemos citar músicas como Sábia, de Chico Buarque, A Viagem, de Roupa Nova e De Janeiro a Janeiro, de Roberta Campos. Também é valoroso mencionar o famoso estilo “sofrência” em que este sofrimento pelo amor inalcançável, da mulher que não dá atenção ao seu amor é explicito nos versos de diversas canções. Podemos mencionar Amo noite e dia, de Jorge e Matheus, Porque homem não chora, de Pablo e A flor e o Beija-Flor, de Henrique e Juliano.
Vários autores ainda seguem linhas do romantismo também. Os livros que circulam, embora por muitos não sejam considerados Literatura, possuem uma visão de final feliz presente em diversos clássicos literários, além de temas de solidão e, sobretudo, amor. Este, talvez, tenha sido um dos principais legados do romantismo, mais livros incríveis para ler. Outra contribuição importante dela é a busca por temas relacionados a sociedade, a políticas e aos problemas que a sociedade sofre.
Enfim, podemos destacar algumas obras interessantes para a leitura. Há vários clássicos importantes, como Romeu e Julieta, Otelo e Sonhos de uma noite de verão, de Wiliam Shakespeare, Senhora e Diva, de José de Alencar ou A Moreninha, de Joaquim Manoel de Macedo. E também há vários romances da atualidade, como os de Nicholas Sparks que é um grande representante dessa linha, embora nem todos os seus finais sejam considerados felizes. Podemos mencionar Um amor para recordar e A última música. Além de outros autores, como John Green, autor de A Culpa das estrelas e Will e Will, Shannon Hale, autora de Academia de Princesas e O livro dos mil dias e de Clarisse Lispector, autora de A Hora das Estrelas e Laços de Família.



Referências Bibliográficas:
Livros:
LUIZA M. ABAURRE, MARIA; BERNADETE M. ABAURRE, MARIA; PONTARA, MARCELA. Português: Contexto, interlocução e sentido. 2ª Edição, São Paulo: Moderna, 2013. 400p.
CEREJA, WILLIAM; COCHAR, THEREZA. Literatura brasileira, em diálogo com outras literaturas e outras linguagens. 5ª Edição, São Paulo: Atual, 2013. 592p.

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